sexta-feira, 30 de março de 2012

Millôr Fernandes no Observatório da Imprensa

No programa de terça-feira,  iremos homenagear Millôr Fernandes, figura ícone do jornalismo brasileiro e falecido na noite da última terça-feira.
Para completar o programa,  que contará com a participação de Chico Caruso e Ferreira Gullar, iremos lembrar a participação de Millôr no programa do Observatório, quando este ainda estava dando os primeiros passos na televisão.
Confira abaixo, um trecho dessa grande entrevista. 



quinta-feira, 29 de março de 2012

Observatório da Imprensa de 03.04 faz homenagem a Millôr Fernandes

O Observatório da Imprensa da próxima terça-feira fará uma homenagem ao jornalista Millôr Fernandes, falecido no último dia 28. O programa relembrará sua trajetória por diversas redações e seu sucesso junto aos leitores. Também falaremos sobre o Millôr escritor, poeta e dramaturgo. Serão exibidos trechos de uma entrevista para nosso programa em 1998.



Confira abaixo homenagem de Mauro Malin no site do Observatório com citações de Millôr:

quarta-feira, 28 de março de 2012

terça-feira, 27 de março de 2012

Observatório da Imprensa discute o uso de câmeras escondidas no jornalismo

A partir das 22h, o Observatório da Imprensa entra no ar pela TV Brasil para debater o uso de câmeras ocultas por parte dos jornalistas. Para os leitores do Blog, adiantamos trechos das entrevistas cedidas pelo diretor de jornalismo da TV Record/RJ, Givanildo Menezes, e pelo advogado José Roberto, respectivamente. Não esqueçam de mandar seu comentário. Ele pode ser lido ao vivo logo mais.


Abaixo, relação de artigos sobre o tema veiculados no site do Observatório da Imprensa. Curioso notar que o assinado por Fábio Borges data de 2004. Oito anos depois, pouca coisa mudou quanto à regulamentação do uso de câmeras escondidas.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Convidados do Observatório de 27.03.2012

O uso das câmeras ocultas pelo jornalismo é o tema de nosso  debate no Observatório da Imprensa de amanhã.
Os convidados também já estão definidos. No estúdio com Alberto Dines no Rio de Janeiro estará o articulista de "O Globo", Luiz Garcia. Em São Paulo Claudio Tognolli, Diretor da ABRAJI e Caio Túlio Costa, jornalista e professor, completam o grupo.

Caio Túlio Costa, um dos convidados do Observatório de 27.03

Não são só eles porém, que participam do debate. O deputado federal Miro Teixeiraopinou, e acredita que a quebra de sigilo é válida, se sustentada pela lei e bem divulgada pela imprensa.
E você, acredita que o uso das câmeras é válido? Ele deve ou não ser restringido? 
Comente e participe do debate!

Deputado federal Miro Teixeira




domingo, 25 de março de 2012

De Olho No Passado – O Padre Carapuceiro

Já está disponível para download o quadro De Olho no Passado que foi ao ar na última terça-feira, dia 20/03, pela TV Brasil. A historiadora Isabel Lustosa nos revela quem foi o Padre Carapuceiro e a sua contribuição para o jornalismo brasileiro.
Para assistr basta clicar
aqui e escolher a opção "Programa 631 - 20/03/12 – O Padre Carapuceiro". Mais informações no menu superior de nosso Blog, na aba "De Olho No Passado".


sexta-feira, 23 de março de 2012

A mídia na semana de 20/03/2012

Confira no vídeo abaixo as notícias que na opinião de Alberto Dines foram destaque na última semana.



Perdeu o programa da última semana? Confira nos links abaixo o debate na íntegra!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Você acha ético o uso de câmeras ocultas no jornalismo?

O Fantástico, programa dominical da Rede Globo, veiculou no último domingo, dia 18, uma reportagem mostrando o quão fácil é para empresas mal intencionadas fraudarem concorrências e roubarem dinheiro público, no caso, da saúde. A denúncia foi possível graças ao uso de câmeras escondidas por um repórter infiltrado (confira aqui a matéria).
Assim, o Observatório da Imprensa da próxima terça-feira vai debater o valor ético dessa atitude. Até que ponto um jornalista pode invadir a privacidade de alguém em pról da notícia?
Na Espanha, recentemente, o Tribunal Constitucional deliberou que o uso dessa prática é ilegítimo. Por aqui, nos últimos anos foram dezenas de denúncias relevantes que só vieram à tona por conta do uso desses equipamentos pelos jornalistas.
Será que podemos abrir mão deste recurso? Como regular seu uso? Não seria o caso de criar um código de conduta para evitar seu uso abusivo? São perguntas que o Observatório vai debater. E queremos saber a sua opinião! Comente por aqui, em nosso Facebook ou pelo Twitter, no @obstv!

Confira aqui com exclusividade o comentário de Dines sobre a pauta da próxima semana!

terça-feira, 20 de março de 2012

Observatório da Imprensa debate hoje a cobertura da mídia na 'Era Ricardo Teixeira' na CBF

Hoje tem Observatório da Imprensa, às 22h, na TV Brasil.
O tema do debate é a cobertura da mídia durante o mandato de Ricardo Teixeira e após sua renúncia à presidência da CBF. Para isso, trouxemos ao estúdio três especialistas no assunto, além de, é claro, nosso apresentador, Alberto Dines.
Em São Paulo, teremos a presença de Juca Kfouri, jornalista da ESPN, colunista da Folha de S. Paulo e blogueiro do UOL, que foi um dos primeiros a fazer denúncias à Era Teixeira. Junto a ele estará o também jornalista e comentarista da ESPN, além de colunista do Estado de S. Paulo, Paulo Vinicius Coelho (foto).

Já no Rio de Janeiro, nosso convidado é o presidente do Diário Lance!, Walter de Mattos Junior.
Comente aqui para ajudar no debate ao vivo!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Alberto Dines entrevistado no programa Roda Viva


O jornalista Alberto Dines é o convidado do Roda Viva desta segunda-feira (19/3). Aos 80 anos de idade, ele comemora em 2012 seis décadas de profissão. O programa ao vivo vai ao ar na TV Cultura, no Portal cmais+ e na TV Brasil a partir das 22h.

No centro do Roda Viva, Dines deve falar sobre a imprensa nos dias de hoje e das mudanças provocadas pelo surgimento de novas tecnologias. Ex-editor chefe do Jornal do Brasil, o jornalista escreveu mais de 15 livros. Entre eles, O Papel do Jornal, uma das mais lembradas obras acadêmicas da área. Atualmente, Dines é o responsável pelo site Observatório da Imprensa, que discute o trabalho dos jornalistas.


Apresentado por Mario Sergio Conti, o Roda Viva traz para a bancada Tereza Cruvinel (jornalista, ex-presidente da TV Brasil e ex-colunista de política); Manuel Alceu Affonso Ferreira (advogado); Laura Capriglione (repórter especial do jornal Folha de S.Paulo); Maria Cristina Fernandes (editora de política do jornal Valor Econômico) e Eugênio Bucci (professor da Universidade de São Paulo). O Roda Viva também tem a participação do cartunista Paulo Caruso

Essa não é a primeira participação de Alberto Dines no Roda Viva! Confira aqui a entrevista concedida nos bastidores do último programa, no qual ele participou entrevistando José Luiz Datena.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Observatório na TV discute a cobertura da mídia na era Ricardo Teixeira

Após 23 anos no comando do futebol brasileiro, Ricardo Teixeira, agora ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL), renunciou na última segunda-feira a estes cargos administrativos, apenas dois anos antes da Copa do Mundo no Brasil – um da Copa das Confederações. Foi o desfecho de anos de combate de parte da mídia, que denunciou seguidas vezes escândalos envolvendo o nome de Teixeira.
Figura controvertida, sempre acusou a imprensa de tentar derrubá-lo. Na carta de renúncia, em tom amargurado, reclamou que foi criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias. Mas a verdade é que boa parte da mídia brasileira fazia vista grossa em relação a seus desmandos.
Por isso, o Observatório da imprensa convidou especialistas para debater o rumo da nova gestão, que terá José Maria Marin no comando da CBF, e das consequências da renúncia para o futebol brasileiro e, evidentemente, para a Copa de 2014.
Até o momento, confirmaram participação o presidente do Diário Lance!, Walter de Mattos Junior, no Rio de Janeiro, e o jornalista da ESPN, colunista da Folha de S. Paulo e blogueiro do UOL, Juca Kfouri, em nossos estúdios em São Paulo.
Clique aqui para ler perfil de Ricardo Teixeira feito por Daniela Pinheiro para a Revista Piauí, apontado por muitos o momento em que o “império” de Teixeira começou a ruir.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Dines é o entrevistado de hoje no programa 3 a 1





O jornalista Alberto Dines, que está completando 80 anos de vida e 60 anos de carreira, é o entrevistado do programa 3 a 1 desta quarta-feira (14), às 22h.  “O jornalismo foi me pegar, não era a minha primeira opção”, comenta o apresentador do Observatório da Imprensa, exibido todas as terça-feiras, às 22h, na TV Brasil.



Um dos mais conceituados jornalistas do país, Alberto Dines fala sobre o começo da sua carreira e as grandes mudanças presenciadas na imprensa. A relação com o cinema, o papel do jornal impresso na época da internet são outros assuntos tratados por Dines.
Participam da entrevista o colunista Fernando Molica, do jornal O Dia; e a jornalista Ana Arruda Callado.
3 a 1 é apresentado pelo jornalista Luiz Carlos Azedo.

terça-feira, 13 de março de 2012

Chico Otávio fala sobre a Comissão da Verdade para o OBSTV

Já aprovada no Congresso, a Comissão da Verdade, criada no ano passado pelo governo federal para apurar violações de direitos humanos durante a ditadura militar, tem gerado polêmica, principalmente entre os militares da reserva. No Observatório da Imprensa de hoje, que entra ao vivo, a partir das 22h, na TV Brasil, Alberto Dines recebe a jornalista Miriam Leitão, que falará dos bastidores do trabalho realizado com o jornalista Cláudio Renato sobre os desaparecidos políticos, o caso Rubens Paiva e a Comissão da Verdade
Um dos jornalistas que a equipe do Observatório ouviu foi Chico Otávio, de O Globo. Cinco vezes vencedor do Prêmio Esso, Chico deu sua opinião sobre a Comissão da verdade. Confira:

domingo, 11 de março de 2012

Rodrigo Fonseca, cinema e mídia.




No último Observatório, o debate girou em torno de dois filmes, "O Artista" e "A invenção de Hugo Cabret", grandes vencedores do Oscar 2012.
Antes do programa, o convidado Rodrigo Fonseca, crítico de cinema do Globo, conversou com a nossa repórter Lilia Diniz e fez uma análise das duas obras.
Confira aqui um trecho dessa entrevista, no qual ele comenta das novas tecnologias que surgem, tanto para o cinema quanto para a mídia.

sábado, 10 de março de 2012

De Olho No Passado - Imprensa Feminina

Já está disponível para download o quadro De Olho no Passado especial do Dia das Mulheres, no qual a historiadora Isabel Lustosa nos conta um pouco mais da história da imprensa feminina no Brasil. Este foi ao ar na última terça-feira, dia 06/03/2012, pela TV Brasil, no Observatório da Imprensa que tratou do "Cinema e os desafios da Mídia".
Para assistí-lo basta clicar aqui e escolher a opção "Programa 629 - 06/03/12 - Imprensa Feminina - Mentor das brasileiras e Espelho das brasileiras". Mais informações no menu superior de nosso Blog, na aba "De Olho No Passado".


quinta-feira, 8 de março de 2012

Miriam Leitão e o caso Rubens Paiva


Já está definido o tema do próximo Observatório.
Na terça-feira, a jornalista Míriam Leitão vai contar a Alberto Dines os bastidores do trabalho realizado com o jornalista Cláudio Renato sobre os desaparecidos políticos, o caso Rubens Paiva e a Comissão da Verdade, bem como as razões que a levaram a se envolver com esta pauta.

Confira aqui a reportagem completa e abaixo um texto escrito pela jornalista sobre o assunto, publicado no último dia 3.

Não deixe de comentar e participar do debate!



Fratura do tempo (Miriam Leitão)

Tudo é bom no jornalismo: coluna, comentário, entrevista, furo, crônica, cobertura continuada, desenhar uma página, ver o trabalho minucioso de uma ilha de edição, correr contra o tempo no fechamento. Mas a reportagem é um momento supremo. Mergulhar numa história e ir unindo as pontas, fechando um quebra-cabeças, ouvindo as partes, é um exercício de paciência e emoção. Quando dá certo, você até sonha. Sonhei.
A ideia que Cláudio Renato e eu tivemos na Globonews há mais de dois meses era a de falar do trabalho da Comissão da Verdade e tentar mostrar como desapareciam os desaparecidos, que mundo era aquele que ainda nos assombra. O resultado do trabalho foi ao ar na quinta-feira e ontem — ainda repete às 0h30m e às 19h05m deste domingo — e foi publicado neste jornal.
O título Uma História Inacabada foi escolhido pela editora Cristina Aragão. Ele reflete com exatidão e delicadeza o drama do país e das famílias que não enterraram seus mortos, não realizaram seu luto.
Difícil reconstruir os fatos de cada um dos 183 desaparecidos políticos, mas eles sumiam assim pra nunca mais ao entrar numa guarnição militar, ou até em braços clandestinos do Estado, como foi a tenebrosa Casa da Morte de Petrópolis. Escolher Rubens Paiva é fácil. Ele foi definido por Ulysses Guimarães na promulgação da Constituição como a encarnação da sociedade. Descobrir o que os militares da Polícia do Exército da Barão de Mesquita fizeram em 1971 com o seu corpo é um segredo que ainda pertence aos assassinos.
Escolhemos então seguir seus passos finais, trazer o personagem à vida fazendo seu perfil na conversa com pessoas que o conheceram, em fotos e imagens públicas e das famílias, em documentos como o valioso relato escrito pela professora do Colégio Sion Cecília Viveiros de Castro. Fizemos uma longa entrevista com o Procurador da Justiça Militar Otávio Bravo, que está reabrindo os processos de 39 pessoas que sumiram no Rio e no Espírito Santo.
Fomos a Brasília duas vezes entrevistar autoridades sobre a Comissão da Verdade, que ainda não está funcionando. Tentamos falar com os comandantes militares. O Ministério da Defesa indicou José Genoino. A linguagem corporal dos chefes das três Forças, na sanção da lei que criou a Comissão já dizia tudo: eles detestam tudo isso. Integrantes dos clubes militares, dos oficiais da reserva, deram respostas vagas aos nossos pedidos, o coronel Brilhante Ulstra, que chefiou o DOI-Codi de São Paulo, segue orientação do seu advogado para não falar. O general Rocha Paiva disse com clareza o que pensa. Ele é contra a Comissão, contra reabrir essa discussão, acha que há um risco enorme de que a procura de informações termine na execração pública e punição de seus companheiros. Afirmou que assim pensam os militares da ativa. Na saída, na porta do seu apartamento em Brasília, o general me explicou o que o move:
— Não fui da comunidade de informações, mas poderia ter sido. O acaso me levou para outra área. Não vou deixar companheiros meus em risco, agora que a situação mudou.
O Brasil pode até decidir não olhar para trás, mas não pode mais permitir que seja resultado do veto das Forças Armadas. Ele e os atuais comandantes militares estavam no início das suas carreiras quando a comunidade de informações montou aparelhos de tortura, morte e ocultação de cadáver dentro de instituições que hoje prestam valiosos serviços à pátria. O general Rocha Paiva rechaçou a minha afirmação de que é um outro Exército: “É o mesmo.”
Pelo acaso desse tempo de jornalismo multimídia, eu fiz, recentemente, uma reportagem publicada neste jornal sobre empreendedorismo nas favelas. Para tornar possível o momento que começa a ser luminoso no Rio, forças policiais e os militares se uniram contra traficantes. Naquele tempo obscuro se uniram numa coalizão macabra. Por coincidência, num mesmo dia eu trabalhei de manhã na matéria dos desaparecidos, fui à tarde para a Rocinha conversar com empreendedores para a outra reportagem e terminei o dia fazendo coluna sobre crise do endividamento da Europa. Visitei dois tempos do Brasil e a lembrança de crises econômicas que já superamos.
Cláudio Renato e eu desembarcamos num sábado de manhã em São Paulo e passamos o dia no antigo Deops — Departamento Estadual de Ordem Política e Social — um lindo prédio onde tragédias ocorreram e agora famílias passeiam no fim de semana vendo exposição do memorial da resistência. Lá, entrevistamos os três filhos de Rubens Paiva.
A equipe tinha imaginado gravar numa antiga cela. Marcelo foi logo detonando a ideia, com jeito brincalhão:
— Horrível. Numa cela? Não! Vamos procurar um lugar bonito, leve.
Rimos do nosso erro. Era de fato uma péssima ideia pôr os filhos de Rubens Paiva numa cela. Onde a gente estava com a cabeça?
Na procura dos fios da meada lemos livros, material de jornal, vimos documentários. Jason Tércio no livro “Segredo de Estado” recria a história, com partes de ficção. No livro “K.”, Bernardo Kucinski fala do pai que procura a filha, professora da USP, e jamais a encontra. Numa frase, ele resume o que as famílias buscam, entre elas, a do autor: “Para que a sua memória na nossa memória descanse.”

terça-feira, 6 de março de 2012

Conheça nossos convidados de hoje

O Observatório da Imprensa pegou carona na entrega do Oscar, semana passada, e, a partir das 22 horas, debate ao vivo na TV Brasil "O cinema e os desafios da mídia". Para isso, além de nosso apresentador, Alberto Dines, que, excepcionalmente, fará o programa de São Paulo, o Observatório recebe três convidados: no Rio de Janeiro, Rodrigo Fonseca e Affonso Romano; e em SP, Inácio Araújo.
Rodrigo Fonseca é repórter e crítico de cinema do jornal O Globo, além de escrito e professor da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu. 
Affonso Romano é poeta, ensaísta e cronista com larga experiência de ensino no Brasil e exterior, além de ter dirigido a Biblioteca Nacional por seis anos, modernizando-a e criando o Proler e Sistema Nacional de Bibliotecas ter lançado cerca de 50 livros publicados. E Inácio Araújo  crítico de cinema do jornal Folha de S. Paulo, além de escritor, autor de dois livros sobre o assunto e romances.
Participe ao vivo a partir das 22h, ligando no telefone 0800 021 66 88 ou no nosso chat!

segunda-feira, 5 de março de 2012

O homem que gostava do "sim", por Alberto Dines


Tinha pouco mais de 60 anos quando se suicidou em Petrópolis junto com a mulher, Lotte, num protesto contra a guerra. Setenta anos depois, Stefan Zweig está mais ativo e vivo do que quando se recolheu a um pequeno bangalô na região serrana.

Cinco livros estão sendo lançados simultaneamente em edição digital em inglês, formatos Kindle e Nook, acrescidos da biografia escrita pela primeira mulher, Friderike. Na Bahia, está sendo sonorizada a adaptação da novela, “A coleção invisível”, sobre a inflação alemã de 1923.

No Festival de Salzburgo em 2010, a novela “Medo” publicada originalmente em 1913 e que já merecera cinco versões para o cinema (uma delas assinada por Rosselini com Ingrid Bergman no papel principal), foi convertida num extraordinário êxito teatral.

O público de língua alemã reencontrou-se com Zweig no pós-guerra (seus livros foram queimados e banidos pelos nazistas na Alemanha e Áustria); na França, cada fragmento inédito que se descobre vai para a lista de best-sellers, americanos e ingleses seguem atrás. O escritor mais traduzido do mundo na década de 30 do século passado reaparece em sucessivos revivals.

Desta vez, porém, foi ressuscitado. Não se trata de fenômeno meramente editorial, o público tão massacrado pela coisificação quer reencontrarse com o idealismo que palpita nas suas biografias, nas opções humanistas, nos ensaios, na melancolia de algumas novelas e na capitulação em outras. Caso da única ficção concebida e escrita em Petrópolis, “Uma Partida de Xadrez”, terminada pouco antes de entregar os pontos.

Foi amigo do pacifista-comunista Romain Rolland e de Sigmund Freud, símbolo da independência espiritual. Seus livros, especialmente as biografias, eram discutidos pelo grupo de Fidel Castro em Sierra Maestra. Judeu, não observante, biografou três humanistas cristãos – Erasmo de Roterdã, Sebastião Castélio (adversário do fanático Calvino) e Lev Tolstoi.

Resgatou Maria Antonieta, enxergou na façanha de Fernão de Magalhães as sementes do internacionalismo e da globalização. A conferência que pronunciou no Rio em 1936, “A UnidadeEspiritual do Mundo” (praticamente inédita) é em sua essência a matriz do programa “Aliança das Civilizações” adotado pela ONU como antídoto ao belicismo do “Conflito entre civilizações” de Samuel Huntigton.

Quando visitou nosso país, Barack Obama fez dois discursos e em ambos referiu-se ao “país do presente” numa clara alusão ao clássico “Brasil, um país do futuro” o mais conhecido livro sobre o Brasil de todos os tempos. Stefan Zweig não era economista, nem futurólogo, fascinou-se com a beleza, as riquezas, sobretudo com a história de conciliações do país. Como enfatiza no prefácio, pretendia valorizar a solução brasileira para o ódio racial que naquele momento ensanguentava a Europa.

Sexta-feira passada, o “La Nación” de Buenos Aires republicou a extensa carta que a poeta chilena Gabriela Mistral enviou ao jornal no dia seguinte ao enterro do casal Zweig (de quem era vizinha e amiga). Revela que no último encontro o escritor manifestou sua angústia com o destino dos imigrantes alemães estabelecidos na América do Sul depois da decisão da conferência de chanceleres do continente de cortar relações com os países do Eixo. O refugiado se preocupava com todos os perseguidos, sem discriminá-los.

O jornalão argentino descobriu que ainda em 1928, quando Zweig começou a se interessar pela América do Sul, o primeiro objetivo era a Argentina, depois viria o Brasil. Nossos hermanos estão corretos: Zweig maravilhou-se com o sucesso argentino e acabou arrebatado pelo Brasil.

Era, como ele próprio dizia, um cultor do “sim”, gostava de gostar. Por isto está vivo, intenso, irradiando aproximações, 70 anos depois de enterrado.

ALBERTO DINES, jornalista e presidente da Casa Stefan Zweig, centro de memória que está sendo criado em Petrópolis.


Confira aqui o programa especial produzido pelo Observatório da Imprensa sobre o escritor Stefan Zweig.

quinta-feira, 1 de março de 2012

O cinema e os desafios da mídia



Já está definido o tema do debate na próxima terça-feira.  

O Artista” e “A Invenção de Hugo Cabret” foram os dois maiores ganhadores do Oscar de 2012 . E ambos podem servir como analogia para os desafios que a mídia mundial vive nestes primórdios do século XXI.
O primeiro se passa na Hollywood de quase um século atrás, quando a indústria cinematográfica descobre as possibilidades da inclusão do som nos filmes. Um momento de ruptura que exigiu que profissionais da época, como o astro George Valentin, se reinventassem para continuar desenvolvendo sua arte.
No segundo, surge a incrível figura de George Mèliès, um dos gênios do cinema, a quem Chaplin chamou de “o alquimista da luz” por conta de suas revolucionárias técnicas que criaram filmes como “Viagem à Lua”.
Em um momento em que a imprensa se vê confrontada por uma onda de novidades informacionais e ainda repensa seu destino, os dois filmes surgem como ótimos motivos para refletir. E é exatamente este tipo de reflexão sobre a reinvenção de nossa “arte” e das demais que o Observatório da Imprensa pretende fazer.